segunda-feira, 6 de setembro de 2021

EU ME LEMBRO, ERA SETEMBRO.

EU ME LEMBRO... EU ME LEMBRO... ERA PEQUENO... Nesse dia peguei um caderno, lápis e borracha, coloquei num saquinho de pão... Parti da Rua Campos Sales, desci a São João, atravessei a estrada de ferro, passei num caminho no meio de brejo repleto de taboas, atrás do palestra, atravessei uma pinguela sobre o Rio Preto, passei ao lado das instalações precárias do único laticínio da cidade, onde diziam que os entregadores domiciliares batizavam o vasilhame de vidro do leite intacto recebido, com águas do Rio Preto, subi um morro longo e íngreme, e após mais de dois quilômetros cheguei todo entusiasmado para a tão primeira aula do Ginasial, após ter sido aprovado no vestibulinho de um dos mais concorridos colégios estaduais de Rio Preto (Alberto Andaló) para receber o recado: "As aulas foram suspensas por tempo indeterminado". Cheguei a pensar "O EXAME DE ADMISSÃO FOI UMA BRINCADEIRA PARA O PRÓXIMO PRIMEIRO DE ABRIL" Então desci a Bernardino de Campos e sentei em um banco da praça e percebi uma movimentação de pessoas bem abaixo do normal, e recordei que ao descer os rádios não estavam tocando músicas, como habitual, mas tinham homens falando aos berros e bem exaltados.
EU ME LEMBRO... EU ME LEMBRO... JÁ ERA SETEMBRO... Logo no início completei mais uma primavera (dia 03)... e a escola presenteou-me com uma convocação: DESFILE NA BERNARDINO DE CAMPOS. Esbravejei mais fui... TODAS AS ESCOLAS DESFILAVAM DE FORMA FESTIVA E EU ERA UM DELES. Algumas escolas apresentavam bandas ou fanfarras (COM A FAMOSA FANFARRA DO COLÉGIO SÃO LUIZ). Após os colégios foram O TIRO DE GUERRA, A CAVALARIA E OS PRACINHAS. As expressões dos que desfilaram e dos que assistiam exalavam felicidade (crianças, jovens, adultos e anciães), num colorido bem brilhante de VERDE E AMARELO e na mais perfeita ORDEM E PROGRESSO, TODOS: "Caminhando e desfilando e seguindo a emoção... e todos era um só coração".
Cheguei a pensar que era coisa do Regime Militar recém implantado, nas relembrando o passado vi que era uma tradição Brasileira de outros governos: Jânio, Juscelino...
Comecei a sentir o significado do grito de D Pedro (INDEPENDÊNCIA) do Brasil.
PASSARAM-SE MUITOS ANOS, hoje há nítida impressão de que no próximo dia 07 não terá o brilho do passado, podendo até ser representativo do grito de D Pedro (ou MORTE) do Brasil. E CAMINHAR DAÍ PRA FRENTE EM LUTO...




terça-feira, 20 de julho de 2021

ELA...

Ela é a realizadora dos maiores desejos...
Ela é objeto de intrigas, grandes amores e perdições...
Ela é magnífica...
Ela faz sonhar os mais belos sonhos...
Ela provoca e desafia constantemente...
Ela concede prazeres inconcebíveis...
Ela é bela...
Ela é enigmática...
Ela causa enormes sofrimentos...
Ela muitas vezes nos trai...
Ela é vibrante...
Ela nos derruba e em seguida nos ampara...
Ela é obscura...
Ela provoca esperanças, provações e conquistas...
Ela é para uma só vez... (tem quem acredita que sejam muitas outras, mas mesmo assim, querem que a atual dure muito)
Ela pode ser colorida... A minha é cor de rosa...
Ela é a vida... 



segunda-feira, 31 de maio de 2021

CINE ESPLANADA (S. J. do Rio Preto - SP)

 Eu me lembro, eu me recordo com nostalgia... Era criança e perto de casa tinha um terreno baldio onde de repente apareceram grandes máquinas provocando volumosa movimentação de terra, em seguida foram sendo erguidas paredes altas, para finalmente ser inaugurado o CINE ESPLANADA. Construído pelo Sr. Magid Jamal (Gerente da Caixa Econômica Federal) irmão da Nazira que veio a se casar com meu primo Manoel Antunes. Na administração e execução dos serviços de aluguel dos filmes que vinham em diversos rolos, confecção dos cartazes, acolhimento dos espectadores, projeção dos filmes, etc ele contou com toda sua família:

Esposa na bilheteria.
Irmã (mãe do Dinho) na bomboniere.
Cunhado (pai do Dinho) receptor dos ingressos de entrada. 
Mãe (saudosa dona Said) na limpeza em que recebi alguns trocados com outros garotos (as) limpando carteira por carteira e encerando o piso de taco.  

FILMES QUE ASSISTI NAS VESPERAIS DAS 14:00 H, AOS DOMINGOS:










sexta-feira, 7 de maio de 2021

EXAME DE ADMISSÃO (VESTIBULINHO DOS ANOS 50/60)

NOS ANOS 50/60 ALÉM DE NÃO EXISTIR A PROGESSÃO CONTINUADA AINDA HAVIA UM VESTIBULINHO PARA ACESSO AO CURSO GINASIAL (HOJE CORRESPONDE DO 6o. ao  9o. ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL). Existindo um cursinho preparatório que fiz em paralelo com o 4o. ano (hoje 5o. ano), no ano de 1963, naquele de propriedade da Profa. Nazira Jamal que ficava em um anexo ao bar do meu pai, na rua São João, em S J do Rio Preto (SP), cujas instalações foram anexadas para formar a FARMÁCIA (na época do Zé Mayor), na esquina com a rua Campos Sales.  







quarta-feira, 28 de abril de 2021

CONSTANTEMENTE SINTO BAIXAR O ESPÍRITO CAIPIRA.





 A minha vida foi um eterno receptor de espíritos:
 - de pedreiro    
- de carpinteiro    - de marceneiro    - de pintor    - de encanador    - de vidraceiro   - de trabalhador com pedras (ardósia, granito, mármore, etc)   - de professor (desde o ensino médio)

Com dias em que mais de um me dominava.  Mas os frutos que colhi do que plantei, eliminando pragas sem VALER-ME DA QUÍMICA eram repartidos: os conhecimentos frutificados foram repartidos para os colegas que me solicitavam ajuda escolar:
No ensino médio como professor de reforço em matemática (alguns deles):
Carlos Alberto Machado (que além de tornar meu melhor amigo me agraciou como PADRINHO DE CASAMENTO).
Vilma Hebeler (que me acarinhava a alma com sua presença e veio a tornar-se minha esposa).
Ivaci Matias
Dimas L Bechara
Argemiro Matias de Oliveira
José Artur Jordão
Maria Ivone Moraes
Chegando na faculdade mais colegas me procuraram e com eles dividi meus frutos de conhecimentos.
Em Campo Grande (MS), nos anos 80, foi uma das vezes do espírito de horticultor/fruticultor, e o que colhi, eliminando as pragas, foram repartidos para os vizinhos e colegas de trabalho:
Oswaldo Heleno, minha chefia imediata, levei rabanetes e coentro, e cada um teve um aspecto interessante. No caso dos rabanetes, ao chegar em casa sua mãe ficou impressionada com a beleza e tamanho, que no primeiro visual pensou ser tomates; no caso do coentro, que produziu muito e de boa qualidade, só fiquei sabendo que detestava logo ao colher, ele (Oswaldo) repartiu a grande quantidade recebida com seu Anjo da Guarda Waldyr Andrade Santana, que indaguei por que você gosta? Tendo respondido: para usar no peixe. Trazendo umas sementes de caju de uma viagem ao Nordeste Brasileiro, plantei e logo surgiu um viçoso pé carregado de frutos belos e grandes que foram presenteados aos colegas entre outros: Roberto Takahashi e Luiz Manuel Palmeira. O colega Etiene Vileta e o meu vizinho frontal vendo os belos frutos pediram sementes. Eu atendi aos pedidos, mas me informaram que seus plantios geraram plantas sem expectativas. 




  

sexta-feira, 23 de abril de 2021

ORGULHO QUE UMA ESTATAL ME PROPORCIONOU

 



OUTRO ORGULHO: ter aprendido de forma autodidata a utilizar a ferramenta AutoCAD que fui obrigado pela Empresa (SEM EXIGÊNCIA DO CONCURSO) e que eu nem sabia que existia. E no final saber utilizá-la melhor do que os engenheiros antigos que tinham feito curso pago pela Empresa em outra cidade.

AS DECEPÇÕES QUE UMA ESTATAL ME PROPORCIONOU: foram muitas, mas para não alongar muito ficarei nestas:

1. Sendo o encarregado de emitir os Laudos Técnicos Elétricos e de SPDA (para-raios), um dia o encarregado da Estação de Tratamento de Água de Itatiba (ÚNICA E MUITO ANTIGA) me liga dizendo "A fiscalização está pedindo o Laudo Técnico das Instalações Elétricas, eu conversei com seu chefe e ele disse para pegar o laudo com você", do jeito que ele conversava parecia que era algo a ser feito no escritório sem ir ao local e sem projeto/desenhos. Respondi está bom vou até as instalações para executá-lo. Chegando nas instalações não encontrei nem sequer  um desenho das instalações, que já tinha recebido muitas complementações e mutações. O mais correto seria dizer que sem projeto seria impossível fazer o laudo, mas para ajudar a Empresa, sozinho fiz um projeto meia boca, identificando as bitolas de fio a fio, cabo a cabo, e identificando as características dos equipamentos e materiais instalados, arriscando-me a levar choques.

2. Durante a execução do laudo eu deparei-me com uma edificação em ampliação e reformas e solicitei ao Eng Civil responsável (que era aquele que entrou no mesmo concurso que eu) o projeto dos serviços que estavam sendo executados e ele disse "esse pessoal é bom na mão de obra mas não no papel e o projeto será feito após a conclusão dos serviços" (não acreditei que tinha ouvido isso de um engenheiro). No laudo eu afirmei que não foi possível avaliar esses serviços.

3. Durante a minha vistoria tim tim por tim tim em que estava em um local tentando identificar o que os disjuntores ligavam, conversando com o encarregado local eu disse "que horas que eu poderia desligar esses disjuntores para identificar seus destinos?" e ele respondeu "eu conheço tudo, esse aqui pode desligar sem problemas", eu respondi "tem certeza?", ele afirmou tenho, eu disse então desligue, foi só fazer e alguém saiu bravo de uma sala dizendo: "vocês desligaram o meu computador?"

NOME DA EMPRESA: SABESP


 


4. Um dia em que estava na Estação Elevatória de Esgotos do bairro São Francisco executando serviços de instalação de alarmes tendo em vista os constantes furtos de cabos que estavam acontecendo, um engenheiro civil recém contratado me acompanhou para pegar dados para seus serviços. No local ele reparou que canalizações estavam jogando esgoto diretamente no córrego logo ao lado exclamou: "Isso é crime ambiental, não pode ser feito!" Já no escritório ele direcionou aos outros engenheiros antigos: "Nós temos que formar uma cruzada contra isso!" Obtendo como resposta: "Nós já alertamos disso, você ficará sozinho nessa empreitada e BOA SORTE!"


TENDO TRABALHADO EM UMA ESTATAL DO MATO GROSSO, POR 18 ANOS NOS ANOS 70 E 80, EM QUE HAVIA UMA CERTA PREOCUPAÇÃO COM AS NORMAS TÉCNICAS E RESPEITO AO CREA, PENSEI QUE NO ESTADO DE SÃO PAULO ENCONTRAIA ALGO AO MENOS SEMELHANTE...                             
MAS DECEPCIONEI-ME POR COMPLETO...


sexta-feira, 5 de março de 2021

AS DUAS FACES DE UMA ETNIA (UMA ETNIA É ADAPTÁVEL AO MEIO?)

Na infância e adolescência eu estive presente na construção de uma cidade (São José do Rio Preto - SP), ocasião em que percebi que os imigrantes portugueses destacavam por serem proprietários de comércios (principalmente padarias) e trabalhavam os 7 dias da semana sem tirarem férias, além de permanecerem todos os dias até a meia noite após terem iniciados as confecções de pães em torno das 4 horas, com os finais de semana em 24 horas. Eu fui de uma família em um comércio destes (bar e secos e molhados) e que fez parte de uma sociedade na construção de um Grande Hospital  (BENEFICÊNCIA PORTUGUESA). Assistindo a tudo de perto cheguei a pensar que três pilares sustentavam a ETNIA PORTUGUESA: TRABALHO, FAMÍLIA E SAÚDE.

Já adulto formado engenheiro fui ajudar na construção de um NOVO ESTADO (MS), como BRASILEIRO (condição que me foi presenteada pelo Regime Militar Brasileiro). Enquanto trabalhava na construção do novo estado assisti a criação de uma sociedade de imigrantes portugueses para a construção de um GRANDE CLUBE (ESTORIL) em Campo Grande, que ao ser concluído talvez chegou a ser o MAIOR CLUBE DO ESTADO, onde foram realizados os MAIORES CARNAVAIS. 

Refletindo sobre as minhas duas fases cheguei a pensar que uma etnia é facilmente ADAPTÁVEL AO MEIO onde se fixam...




terça-feira, 2 de março de 2021

OITO DE MARÇO É O MAIS BELO DIA DO CALENDÁRIO...



E foi no início de um mês de março, 1967 (em meus quatorze anos) que a vi pela primeira vez, apesar de sempre morarmos em torno de 200 metros, e alguma coisa aconteceu em meu interior que sua imagem virou uma obsessão para mim... mas minha grande timidez impediu alguma aproximação maior. No ano de 1968 fomos estudar em colégios diferentes.

E foi no início de um mês de março, 1969, que a vi novamente dentro de nossa nova sala de aula, eu desloquei-me para a escola dela, sem saber. Um dos meus colegas do ano anterior namorava uma colega dela, por esse motivo formamos um grupo de trabalho. E como morávamos perto nas saídas noturnas retornávamos juntos três rapazes que fomos colegas no ano anterior e três garotas (sendo uma irmã dela). Mesmo formando par com ela durante dois anos, mais uma vez minha timidez impediu qualquer declaração de minha parte. Chegando ao final de 1970 e vendo que iríamos no separar definitivamente fiquei apavorado e num momento de extrema coragem declarei-me, e o romance durou apenas 4 meses...

Após sete anos onde ela foi para Goiás com a família e depois voltou para São José do Rio Preto (SP), enquanto eu fui estudar cinco anos em Barretos e logo em seguida trabalhar e morar em Campo Grande (MS), em que sua imagem me perseguia mandei-lhe um Cartão de Aniversário (setembro de 1977)... E nosso amor se transformou em poesia...
A mulher que eu queria como companheira e não como a maioria se comporta (como sócia com divisão de despesas e encontros íntimos esporádicos) foi se revelando um KIT COMPLETO DE MULHER: amante, companheira, cozinheira, lavadeira, faxineira, costureira própria, manicure própria, etc. E sempre se mostrando excelente em tudo. Mesmo durante as tempestades violentas coincidindo com períodos em que eu passava até em torno de 30 dias fora, a trabalho ou estudos, no dia de sair de viagem encontrava minha mala impecavelmente  arrumada. 



NESTE INÍCIO DE MARÇO (2021) COMPLETOU 54 ANOS DE AMIZADE.
E DIA 22 DE ABRIL SERÁ BODAS DE 43 ANOS... 

domingo, 21 de fevereiro de 2021

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (SP) NA GERAÇÃO DE FERRO

 Durante a construção de Rio Preto pela GERAÇÃO DE FERRO (anos 60) eu era criança e assistia com orgulho o trabalho de todos (INCLUINDO A CLASSE POLÍTICA) para fazer uma cidade de todos para todos. Com 12 anos fui obrigado a tirar a carteira de identidade emitida pelo JUIZADO DE MENORES para poder praticar minhas atividades de trabalho na área Central, que já a alguns anos desenvolvia na Vila Esplanada (rua São João x Campos Sales), minha primeira caixa de engraxar sapatos foi meu pai quem construiu, observando construí as demais, e para chegar até o centro carregava nas costas por uns 2 km. Chegando ao novo local (CENTRO) tive uma recepção comparável às dadas a prostitutas pelos supostos donos do ponto, com ameaças, que não me intimidaram. Até que sentado num banco da Praça Rui Barbosa um senhor sentou ao lado (seria meu anjo da guarda?) e começou a perguntar onde você mora? você estuda? Para no finalmente dizer: "VAI EMBORA DAQUI, ISSO AQUI NÃO É LUGAR PARA VOCÊ!". Refletindo o que ele disse e de ter ouvido que os engraxates do Centro CHEIRAVAM COLA (sem muito saber o significado), resolvi voltar a ficar só na Vila Esplanada.



Era um período em que as colônias de imigrantes se associavam para construir hospitais. onde meu pai foi um dos fundadores e que contribuiu para a construção do HOSPITAL DE BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE RIO PRETO.


Casava meus horários de trabalho com minhas caminhadas diárias de mais de 2 km - na ida e volta = 4 km, e em dias de educação física, 8 km - para chegar em minha escola “Alberto Andaló”. No ano de 1966 (13 anos de idade) foi no período noturno, em que eu descia a Rua São João até atravessar a estrada de ferro e um caminho no meio de matagal, brejo e uma pinguela (com passagem para apenas uma pessoa) sobre o Rio Preto (hoje Av Philadelpho), e subida de um morro, com a volta muitas vezes após as 23:00h e sem qualquer iluminação. Época em que os vereadores não recebiam salários.

A fase adulta chegou e recém formado em Engenharia, deixei essa bela e aconchegante cidade e fui ajudar a construir um novo Estado em uma região pouco habitada e de má fama relacionada com TRAFICANTES e outros bandidos: inicialmente Mato Grosso, que em seguida recebeu o DO SUL , levando OS VALORES DE MINHA CIDADE, que não foram bem aceitos no local.