O calendário estava acusando que o dia
era mais um 25 de janeiro. Tudo parecia ser festa na multicolorida mega
metrópole, com exposições culturais e eventos esportivos mesclando-se com
bailes e shows artísticos gigantescos recheados de abundantes pirotecnias que
iluminavam, coloriam e reforçavam a beleza divina de um céu estrelado que,
naquele dia, estava ostentando uma exuberante lua cheia, agitando e contagiando
grandes massas miscigenadas nos mais variados pedaços do solo aniversariante.
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Enquanto
aqueles, que pertenciam a uma seleta elite, que se orgulhavam de poder serem
classificados como cidadãos, faziam a cidade mergulhar em mirabolantes festividades,
alguns poucos privilegiados das áreas atingidas pela calamidade, que ainda
tinham conseguido recuperar alguns aparelhos de televisão que foram salvos
milagrosamente, assistiam a toda euforia eletrizante amontoados em locais
improvisados e com pouquíssima higiene.
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Nesta data, assim como acontecia com
muitos outros membros da imensa coletividade local, ele também estava completando
mais uma primavera (sendo que parecia mais que estava passando era por um caliginoso
e interminável inverno) e contabilizando seus trinta e três anos de “vida”, mas
não estava se sentindo com nenhuma condição psicológica para que lhe pudesse ser
dado qualquer ímpeto de motivação para se deixar envolver em um espírito de
real felicidade ou sequer de comemoração.
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Quando já extremamente
tenso, não sentindo mais forças para resistir e ficar presenciando tanto
sofrimento, saiu como um autômato para a varanda, que recebia uma brisa suave e
refrescante, viu a beleza de um céu maravilhosamente estrelado e, de repente,
inesperadamente, ficou surpreso ao perceber que uma estrela tinha cortado os
céus da cidade de Belém no mesmo instante em que as vacas mugiam e o choro de
uma criança era ouvido. Em seguida percebeu que se sucederam inúmeras estrelas
que se deslocavam e se entrelaçavam, iluminando o céu e proporcionando um
belíssimo espetáculo, e pôde perceber que, na realidade, eram fogos festejando
a chegada de mais um dia de Natal. Nas mãos firmes da parteira havia um belo
varão robusto e rosado que berrou profundamente ao ser erguido e segurado com
mãos firmes pelos tornozelos, de cabeça para baixo, após ter levado uma palmada
no bumbum, tendo o pai coruja se deixado levar por suas imaginações e observar
que tinha todas as características de se tornar um verdadeiro guerreiro.
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