terça-feira, 24 de janeiro de 2012

ANIVERSÁRIOS.

TRECHOS DO LIVRO: http://www.editorabarauna.com.br/reflex-o-existe-algo-de-humano-no-ser.html



       O calendário estava acusando que o dia era mais um 25 de janeiro. Tudo parecia ser festa na multicolorida mega metrópole, com exposições culturais e eventos esportivos mesclando-se com bailes e shows artísticos gigantescos recheados de abundantes pirotecnias que iluminavam, coloriam e reforçavam a beleza divina de um céu estrelado que, naquele dia, estava ostentando uma exuberante lua cheia, agitando e contagiando grandes massas miscigenadas nos mais variados pedaços do solo aniversariante.

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         Enquanto aqueles, que pertenciam a uma seleta elite, que se orgulhavam de poder serem classificados como cidadãos, faziam a cidade mergulhar em mirabolantes festividades, alguns poucos privilegiados das áreas atingidas pela calamidade, que ainda tinham conseguido recuperar alguns aparelhos de televisão que foram salvos milagrosamente, assistiam a toda euforia eletrizante amontoados em locais improvisados e com pouquíssima higiene. 

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        Nesta data, assim como acontecia com muitos outros membros da imensa coletividade local, ele também estava completando mais uma primavera (sendo que parecia mais que estava passando era por um caliginoso e interminável inverno) e contabilizando seus trinta e três anos de “vida”, mas não estava se sentindo com nenhuma condição psicológica para que lhe pudesse ser dado qualquer ímpeto de motivação para se deixar envolver em um espírito de real felicidade ou sequer de comemoração. 


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     Quando já extremamente tenso, não sentindo mais forças para resistir e ficar presenciando tanto sofrimento, saiu como um autômato para a varanda, que recebia uma brisa suave e refrescante, viu a beleza de um céu maravilhosamente estrelado e, de repente, inesperadamente, ficou surpreso ao perceber que uma estrela tinha cortado os céus da cidade de Belém no mesmo instante em que as vacas mugiam e o choro de uma criança era ouvido. Em seguida percebeu que se sucederam inúmeras estrelas que se deslocavam e se entrelaçavam, iluminando o céu e proporcionando um belíssimo espetáculo, e pôde perceber que, na realidade, eram fogos festejando a chegada de mais um dia de Natal. Nas mãos firmes da parteira havia um belo varão robusto e rosado que berrou profundamente ao ser erguido e segurado com mãos firmes pelos tornozelos, de cabeça para baixo, após ter levado uma palmada no bumbum, tendo o pai coruja se deixado levar por suas imaginações e observar que tinha todas as características de se tornar um verdadeiro guerreiro.








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